Hulk. Poder, convicção, técnica, arrojo. Uma noite mais de feitos incríveis, um jogo para somar a tantos outros positivos de dragão ao peito. Na Mata Real, terreno ingrato, marcou o primeiro golo e originou o segundo, transformado por Bruno Alves de grande penalidade. Por isso esta crónica dedica-lhe estas primeiras linhas: Hulk é o mais entusiasmante jogador que apareceu nos últimos tempos na Liga portuguesa.
O F.C. Porto bateu por 0-2 o P. Ferreira num teste exigente e fica agora refasteladíssimo a aguardar o que dá o derby dos arqui-rivais lisboetas. O triunfo, justo, endossa ainda maior responsabilidade a Sporting e Benfica para a partida deste sábado em Alvalade.
Lisandro no papel de Lucho
Mesmo sem Lucho Gonzalez e Cristian Rodríguez de início, poupados provavelmente para o jogo de terça em Madrid, o F.C. Porto entrou demolidor. E com um desenho curioso, pelo menos na prática. Lisandro Lopez desceu várias vezes para zonas intermediárias, fez de quarto médio e assumiu o papel de organizador de todo o jogo ofensivo. Fez de Lucho, portanto. E bem.
Não raras vezes Licha recebeu a bola junto aos seus colegas da defesa, tabelou com Raul Meireles ou Cissokho e surgiu depois mais à frente junto a Farías, na zona de concretização. Quase sempre pela esquerda, quase sempre com perigo, o F.C. Porto usou e abusou de um P. Ferreira estranhamente anémico e sem soluções durante os primeiros 30 minutos.
Nesta fase, os dragões fizeram um golo, apenas um, mas tiveram soluções e ocasiões para mais. Só Hulk, porém, bateu o estreante Coelho. Num remate portentoso, sobre a esquerda, o brasileiro aproveitou ainda um ligeiro desvio na chuteira de Ricardo e abriu as hostilidades. O marcador apontava para os 15 minutos.
F.C. Porto sossega com penalty enganador
O pontapé de Rui Miguel à barra de Helton, perto da meia-hora, criou a enganadora ilusão de equilíbrio. O P. Ferreira, por instantes, somou dois/três fogachos individuais, mas o jogo pertenceu por completo aos tricampeões nacionais até ao intervalo.
Só no reatamento o F.C. Porto encontrou reais dificuldades. Mas por pouco tempo. Isto porque aos 65 minutos, Hulk pegou na bola, arrancou selvagem para a área contrária e caiu após contacto com Ricardo. O árbitro Jorge Sousa, até aí exemplar, apontou de imediato para a marca de grande penalidade. Mas terá cometido um grave equívoco, pois o defesa do Paços parece cortar a bola para canto e só depois toca em Hulk.
Na transformação do castigo máximo, Bruno Alves marcou e deixou os dragões com uma confortável margem de manobra para gerir até final. O P. Ferreira ainda introduziu a bola na baliza de Helton, mas o lance foi anulado por suposta mão de Carlos Carneiro. Um lance para confirmar através de imagens televisivas.
Em resumo, pela excelente primeira parte, o F.C. Porto justificou os três pontos. O P. Ferreira pode, porém, queixar-se de uma má decisão de Jorge Sousa no lance que originou o penalty. E o árbitro até estava a efectuar um excelente desempenho até esse momento.
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